Antes de se firmar como um dos maiores conhecedores da história da música brasileira, Zuza Homem de Mello foi técnico de som. Nesta função, participou dos históricos festivais realizados pela TV Record na década de 1960. Não foi um técnico qualquer. Fez inovações como posicionar microfones para captar o som da plateia, levando a quem estava em casa as vaias e os aplausos que esquentavam o Teatro Record, em São Paulo. E a Zuza foi confiado, pelo proprietário da emissora, um segredo que ele veio a revelar no livro “A era dos festivais”, de 2003. O empate, no festival de 1966, entre “A banda” (música de Chico Buarque, interpretada por Nara Leão e Chico) e “Disparada” (composição de Theo de Barros e Geraldo Vandré, defendida por Jair Rodrigues) só aconteceu por pressão de Chico Buarque, que não aceitaria o resultado caso sua canção ganhasse sozinha (e tinha sido esta a decisão dos jurados). No primeiro dos programas que fará, daqui em diante, para a Rádio Batuta, Zuza recorda com detalhes esse festival de 1966, agora completando 50 anos. Não apenas fala das três eliminatórias e da final, mas ressalta, no episódio inicial, como já era intensa a programação musical que a Record apresentava antes dos festivais, com atrações semanais como “O fino da bossa” e “Jovem Guarda”. Este especial traça um panorama de um momento fundamental para a música brasileira e o ilustra com canções: “A banda”, “Disparada” e outras, nos registros da época, gravados por Zuza. Roteiro e apresentação: Zuza Homem de Mello Edição: Filipe Di Castro É um programa da Rádio Batuta, a rádio de internet do Instituto Moreira Salles. Ouça essa série e mais outros programas no site da Radio Batuta: https://radiobatuta.ims.com.br.