A gravadora Forma, fundada em 1964, lançou apenas 22 discos, mas entre eles estão os LPs “Coisas”, de Moacir Santos, e “Os afro-sambas”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, dois marcos suficientes para que se saúde, 60 anos depois, seu legado para a música brasileira. Idealizada pelos jovens Roberto Quartin e Wadi Gebara Netto era uma gravadora de excelência. O fino da modernidade. Sem concessões ao mercado (seu maior sucesso, o segundo LP do Quarteto em Cy vendeu 2 mil exemplares), elencava no catálogo discos de Eumir Deodato, Victor Assis Brasil, Dulce Nunes, Bossa Três e a trilha sonora de Sérgio Ricardo para “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, o filme de Glauber Rocha. O jornalista e pesquisador Renato Vieira, autor de “Tempo feliz – A história da gravadora Forma”, da editora Kuarup, conta nesta entrevista para Joaquim Ferreira dos Santos a saga daqueles dois anos movidos pela vontade de emular gravadoras que faziam algo parecido, a americana Impulse e a brasileira Elenco. Em meio ao golpe militar, a Forma era mais uma manifestação de um ano culturalmente rico. Entre outras curiosidades, Renato Vieira conta o tape perdido das gravações, no Rio, de Stan Getz com Baden Powell. E por onde anda Ana Margarida, a Maysa carioca, que depois de gravar um LP na Forma virou psicanalista e foi viver na Itália? No repertório do programa, uma rara faixa cantada da violonista Rosinha de Valença, “Você é um colosso”, de Noel Rosa, que ela aprendeu diretamente de Aracy de Almeida. É um programa da Rádio Batuta, a rádio de internet do Instituto Moreira Salles. Ouça essa série e mais outros programas no site da Radio Batuta: https://radiobatuta.ims.com.br