A Bossa única de Johnny Alf

A Bossa única de Johnny Alf

Há 60 anos, em abril de 1964, chegava às lojas o LP “Diagonal”, com 12 músicas de Johnny Alf. Os críticos são unânimes. Foi no balanço do piano de Alf, em suas harmonias sofisticadas, na maneira de cantar suave, na temática de suas letras, que a bossa nova buscou um de seus caminhos mais evidentes para se pôr de pé, com formato definido, a partir de 1958. “Diagonal” é um dos discos mais cultuados pelos fãs do movimento. Neste programa, o pesquisador João Carlos Rodrigues, autor da biografia “Johnny Alf: Duas ou três coisas que você não sabe”, dentro da coleção Aplauso, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, conversa com Joaquim Ferreira dos Santos sobre o disco e a trajetória do cantor, compositor e pianista. O fato de o carioca Alfredo José da Silva ser preto, filho de uma empregada doméstica e homossexual, teve repercussões mais tarde quando ele se tornou o artista de nome americanizado, fruto de sua adoração pelo jazz. João Carlos diz que o preconceito impediu Alf de se apresentar com os bossanovistas no famoso show do Carnegie Hall, e também afastou a cantora Alaíde Costa, igualmente negra, do reconhecimento histórico entre os principais artistas daquela turma. No programa, ele apresenta ainda as criações com que, no início da década de 1950, o compositor abriu caminho para a revolução na música brasileira (“Rapaz de bem”, “Ilusão a toa”) e as do agora sexagenário, mas ainda moderno, “Diagonal” (“Seu Chopin, desculpe”, “Podem falar” e outras). É um programa da Rádio Batuta, a rádio de internet do Instituto Moreira Salles. Ouça essa série e mais outros programas no site da Radio Batuta: https://radiobatuta.ims.com.br

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