Pode ser pra todos?

• 23/07/2025

Quando a gente fala "pra todos" é porque as músicas que tocamos agradam diferentes tipos de público.

Não são "todos", mas são bem variados.

É porque a gente acredita que é da mistura que surgem as melhores soluções; precisa ter mais opções, repertórios, variedades e liberdade, pra daí, não só você se surpreender, como também ter mais critério e "densidade" na sua escolha.

Por isso que o nosso eixo musical - de época, gênero, estilo, duração,... - é tão amplo.

É porque no fundo, a gente acha que nos representa como brasileiros; mistura de raças, mistura de cor, que adora uma novidade, venha de onde vier e que sabe reincorporá-la e transformá-la como se tivesse nascido aqui. E com essa adaptações, até que nasceu mesmo...

Se os tempos brabos que vivemos devido à política nacional e internacional nos deixam preocupados com o futuro das nossas novas gerações, é com esse mesmo espírito histórico, talvez inspirado por Macunaíma (Mário de Andrade), Bob Cuspe (Angeli) e Bode Orelana (Henfil), que temos que saber digerir e devolver a nossa sagrada maneira de ver, ouvir e traduzir o mundo com outros olhos.

Rádio Deleite. O samba é pai do prazer. O samba é filho da dor. O grande poder transformador. (Caetano Veloso em "Desde que o samba é samba")

(Ilustração: Laurabeatriz)